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Eu preciso ...

Eu te conheci como nenhum outro alguém pudesse lhe conhecer, andei pelas estradas a fora esperando que tudo ficasse bem, que não nos distanciássemos ou que o lindo sentimento de amor continuasse a ser amor e não se tornasse intangível ao ponto de mutar para o ódio. Meus olhos estão fingindo que observam as coisas, fingem que seguem pessoas, mas na verdade estão parados, estagnados em alguma outra realidade procurando você. Sim, eu preciso de você. Não, não preciso. A minha mente vive em constante brincadeira comigo mesmo, meu eu inocente permanece buscando você, esse amor pelo qual tanto lutei ou que ainda espero interminavelmente que chegue. Mas e o outro eu? E aquele que encara os fatos reais e percebe que nada aconteceu. Nada nunca acontece. Este outro eu parece já se ter integrado ao sexo, aos corpos e ao frio da noite. Tudo soa como se eu estivesse vivendo dias chuvosos, frios e estagnados sem nenhuma cor. Talvez como em outros textos e algumas músicas que venho ouvindo este fenômeno seja explicado como o inverno de minha própria vida. Não quero me tornar o garoto do quinto andar, não quero ver as pessoas pararem de me observar, elas precisam de mim e eu delas. Eu amo pessoas de uma forma tão verdadeira quanto jamais pude me expressar, mas todas elas não se comparam a você. Tentei estar ao seu lado, desde o inicio fiz com que o melhor de você aparecesse mesmo que de uma forma duvidável. Agora eu apenas dirijo como um menininho bobo, olho as estrelas e lembro-me do brilho dos seus olhos e ando pela a estrada sentindo teus braços envoltos aos meus. Em meio a tudo isso eu me lembro do que você disse: – O meu corpo é uma prisão e a única forma de escapar é usando a minha mente, ela é a única chave que restou. Quando você foi embora e me deixou, esqueceu que você era a minha chave e desde então estou preso a mim mesmo, aos meus desejos duvidáveis sobre as pessoas e a essa sociopatia doentia, confesso que tenho medo, confesso que tudo aquilo que desejo é difícil de fazer, porém fácil. Tudo apenas contraditório foi assim que eu aprendi, assim que você me ensinou. Eu me tornei tão dependente a você, e ainda sinto teus sóbrios beijos e teus abraços delicados. Tu eras um verdadeiro demônio, mas eu amo você, eu preciso de você. E sim, é solidão, mas não desespero, sempre fui assim. Eu vejo você a minha frente mais não posso nem vou dar ao luxo de lhe tocar agora sou um monstro, minha personalidade se transformou ao ponto de eu mesmo entender que o que restou foi uma inocência lúdica, o amor aos corpos como uma variação de mim mesmo e a mãe besta que me domina por completo.

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