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Vida Urbana: Capítulo 7



                    – Bernardo? O que faz aqui?
                – Eu que te pergunto! O que você tá fazendo aqui no quarto com um homem na sua cama? – Bernardo estava literalmente alterado, ele sabia de tudo que vinha acontecendo mais não tinha autorizado fazer esse tipo de coisa em casa.
                – Ah! Tio vamos parando por aí – Pedro se levantou, estava nu olhou pra John e não recuou – Por que você não vem pra cama também tio? Você gosta mesmo do meu corpo.
                – John, não é? Conheço seus pais e acho melhor você se levantar agora.
                – Não precisa John, é tudo brincadeira do meu tio. – Pedro havia percebido que o tio não estava totalmente sério, na verdade ele estava com um sorriso sujo.
                – Ninguém vai perguntar o que eu acho disso tudo não?  – John continuava deitado,  estava nu e não queria que ninguém o visse naquele estado, era um choque ser pego na cama de alguém como Pedro.
                – John, eu estava apenas mostrando a vocês como é perigoso fazer esse tipo de coisa.  – Bernardo sorriu, sentia que tudo estava começando a ficar interessante – Pedro, esse tipo de coisa haha... a gente só faz com a porta fechada.
                Bernardo caminhou novamente até a porta e com um suave andar trancou a porta. Os olhos de John demonstravam medo e nada seria mais medonho que dormir com os dois, ele observou tudo acontecer, o tio de Pedro simplesmente tirou a roupa e entrou na cama junto com os garotos.
                A noite caiu e já era um novo dia, a tempestade parecia ter nunca existido e o sol invadia cada canto do quarto de Pedro. O garoto aos poucos abriu os olhos, procurou a realidade e sorriu, de um lado da cama estava John e do outro o tio do garoto. Foi um tanto estranho se arrumar como os outros dois ali, com pouco tempo eles já estavam na cozinha, John não disse nada, não contestou nem deu o ar da palavra durante todo o trajeto até a escola.
                No período de aula tudo ocorreu bem, John não comentou nada sobre Bernardo, Jéssica e Clarice não se falaram durante todas as aulas e enfim Alice estava realmente ficando sério com Talles. Era o inicio da noite e o Café as coisas estavam um tanto agitadas. Alice , Talles e Barbara estavam sentados na ultima mesa, num canto um tanto escuro. Eles conversavam sobre o que havia acontecido na casa de Jéssica e Talles adorava saber cada detalhe sórdido de como as garotas tinham tirado a roupa e dançado loucamente.
                Pedro, Lucas e John estavam sentados juntos, conversavam sobre a convenção de formatura que aconteceria no próximo dia. A pretensão da turma era viajar para França, todos ficariam na casa de Clarice que era essencialmente um lugar imenso. O tempo passava vagarosamente e a brisa fria da noite começava a aparecer. Jéssica aos poucos foi chegando e sentando entre os garotos, ela acenou para as duas outras garotas no fundo e não obteve uma resposta muito estranha, aos poucos seu corpo já se encontrava abraçado com Lucas e então parecia finalmente que todos estavam num momento tranquilo.
                – Acho que a gente pode fazer um tour pela Europa, se realmente vamos formar duvido que nossos pais vão nos negar algo deste tipo.
                – Concordo com você Lucas. Só precisamos nos organizar agora, eu vou ligar pra minha tia e pedir que ela deixe tudo em bom estado.
                Em meio toda aquela conversa o silencio se fez presente quando Clarice chegou , todos os garotos observaram a forma como ela desfilava pelo salão. Ela se sentou ao lado de John e lhe lançou um beijo, demorado e quente.
                – Perdi algo?
                – Vadias como você nunca perdem.
                – Acalme-se Jéssica. Não estou aqui pra brigar.
                – Veio fazer o que então?
                – Primeiro eu tenho um aviso para vocês três garotos. Meu tio quer vê-los imediatamente no escritório da empresa.
                – Como assim ele não disse nada irmã.
                – O que eu tenho haver com tudo isso? – Lucas estava literalmente curioso com o repentino convocado do tio de Pedro.
                – Não sei, na verdade não faço a mínima ideia. Sabe de algo John?
                – Não. – John beijou Clarice novamente e dessa vez não teve medo de tudo que Pedro poderia fazer, em seguida ele apenas se levantou e disse – Vamos lá conferir.
                – Esperem tenho mais uma coisa a dizer.
                – Anda, não vou fazer nosso tio esperar muito.
                – Vamos chamar os outros lá primeiro.
                – Alice, Barbara e Talles venham – Jéssica disse em um tom mais alto acenando para que viessem pra perto do outro grupo.
                – O que foi ? – Alice disse em tom irônico quando todos já estavam juntos.
                – Relaxa aí prima. Bom o irmão do Adam veio a cidade e pediu para que nos juntássemos a ele na semana que vem. Ele quer fazer meio que uma ultima reunião no colégio com toda a antiga turma do nosso Adam. Agora vocês três podem ir e bom eu ligo pra vocês com outras noticias.
                – Ual. Bom de qualquer forma amanhã agente conversa amor.
                Agora no Café o silencio se fez de maneira pesada, todos olhavam uns para os outros e os três garotos aproveitaram aquele momento e saíram pela porta. Pedro caminhou até o final da esquina e entrou no carro, em seguida os garotos estavam juntos outra vez. Já estavam na porta da empresa mais não conversavam e não pensavam em outra coisa a não ser a volta do irmão de Adam. Ele nunca havia aparecido e logo quando todos já estavam esquecendo tudo aquilo ele volta e traz todos aqueles sentimentos a tona.
                – Podem entrar.
                – Oi tio. Por que nos chamou aqui?
                – Bom sentem-se, só não vou lhes oferecer whisky pois sei que vocês são menores de idade – ele sorriu maliciosamente, como se estivesse preparando algo.
                – Tudo bem, pode ir direto ao assunto senhor – John estava fingindo muito bem, era claro ali que Lucas era o único que não sabia daquela ultima noite sórdida.
                – Não precisa de fingir nada aqui John. Suponho que apenas o Lucas não saiba de tudo que aconteceu ontem não é?
                – Senhor, não vamos comentar sobre isso, por favor? – John abaixou a cabeça, ele sabia que não poderia guardar aquele segredo pra sempre.
                – Bom, Lucas a história toda é a seguinte. Eu o meu sobrinho e John transamos na noite passada. – ele continuou a olhar para Lucas e não deu tempo para que o menor dissesse algo. – Mas o motivo é ainda mais interessante, você está aqui pois a partir de agora vai ser diretor de Marketing , não vou aceitar não até porque toda a sua família concorda, já sondei-os. A propósito eu te contei essa história toda do John pois sei que você não tem escapatória e tá no meio dessa confusão. Por isso não vai contar nada a ninguém.
                – Olha não vou te chamar de senhor. Quando você chegou a cidade eu achava que ia parar as coisas da cabeça de Pedro e ia dar algum juízo à esse merda, mais logo percebo que todo mundo aqui é mais dissimulado do que nunca – Lucas levantou e deu um tapa no rosto de Bernardo.
                – Tira essa mão imunda de mim, pensa que eu não sei sobre toda a confusão de dois anos atrás. Eu sei o motivo dos meus sobrinhos irem para França a dois anos atrás e sei que você tem sua parcela de culpa nisso aliás todos vocês são loucos. Eu também confesso não sou normal mais estou pouco me fudendo pra isso tudo. Você Lucas vai trabalhar pra mim porque eu sei de seus talentos você tem vários cursos de Designer e nunca deixou ninguém saber, sua família é desse ramo e já vi você no estagio da empresa do seu tio, a propósito te vi no verão passado em Roma.
                – E mais o que o senhor quer? Que eu chupe suas bolas.
                – Cale essa boca aí que eu sei muito bem sobre sua família sei do caso seu avô, sabemos que ele pode ser culpado naquele roubo a nossa empresa e agora você vai se calar pois o assunto acabou .
                – Bernardo por que você me chamou aqui então, só pra fazer teatrinho sujo. Olha pro Lucas, você mexeu com a família dele.
                – John meu querido e pequeno John. Você está aqui pois sua família tem que se interessar por essa empresa, quero 150 milhões dos seus pais aqui, nas minhas mãos e você será o meu caminho, eu sei o quanto o Ricardo preza seu conhecimento e sei muito bem que você participou em algumas negociações dele. Você vai fazer sua família investir e vai ser nosso contato, vai trabalhar pra mim e pegar dinheiro da tua família. Entende?
                – Tudo bem agora já tem tudo o que precisa podemos ir embora?  – John estava visivelmente triste, começou a chorar, lentamente.
                – Sim, apresentem-se aqui amanha as nove da noite. Sabemos que esse é o horário que vocês estão em casa.
                Os garotos saíram da empresa e já estavam agora sentados em frente a porta da casa de John. Conversaram um pouco e nesse momento nenhum dos garotos se culpavam, até Pedro sentia-se notavelmente passado para trás e tudo não havia sido avisado, ele realmente gostou daquela grande chantagem mais foi pego de surpresa e estava se sentindo traído.
                – Gente, vou a casa da Jéssica, quero dormir lá.
                – E os pais dela?
                – Não estão em casa mais, eles saíram pra aquela estreia de uma nova filial do primo do Talles.
                – Entendo. – Pedro continuou a dizer intrigado – Se não fossemos um pouco ricos isto tudo iria ficar bem, estamos nessa por dinheiro. Coisa um tanto suja não é John?
                – Sujo é você que fica pedindo pra eu te comer. Não te entendo, acho que você poderia me libertar disso.
                – Sério é isso mesmo Pedro, libere o Lucas. Estamos cansado dessa brincadeira.
                – Não mesmo e não pensem que eu não sei sobre o vídeo que você filmou sobre nós. Chantagem reversa é algo tão ignorante pra vocês. Eu esperava mais.
                Pedro caminhou lentamente até o carro e foi embora. Os dois continuaram ali, não conversaram tanto e pensaram no que fazer, ideias sobre passar por cima daquilo tudo, fingir que todas aquelas coisas não passavam de um sonho. Lucas começou a pensar no que fazer, começar a se vingar ele já estava farto de  se ver nas mãos alheias. Pedro o intimidava como nunca e até agora tudo havia acontecido pelo motivo inútil da sua amizade com John.
                – John eu não queria te dizer isso mais acho que a gente tem que agir. Tô cansado desse joguete. Eu sei muito bem que só estou com Jéssica pela vontade de Clarice e ainda sei que ela não o ama John. Você tem noção do que está acontecendo? Você está sendo manipulado por todas as partes.
                – Olha eu não queria dizer isso mais você transou com Clarice no primeiro dia que ela tinha chegado na cidade e eu a conheço a muito tempo, sei que ela faz isso por vontade de ver as pessoas como ela quer mais ainda sim ela nutre algo por mim. Nós não somos um casal ligados por amor é obvio mais há um laço, algo que não sei explicar e além do mais acho que agora chegou a hora de usá-la como bem quero.
                – Quem diria que você faria alguma coisa  tão drástica assim. Mais esse ainda é um dos nossos problemas. O Alex tá na cidade. Não entendo o que ele veio fazer aqui, nunca tinha gostado do irmão e preferiu servir no exercito.
                – De qualquer forma vamos fingir estar tudo bem. É hora de você também tirar informações de Jéssica. Quero saber o que ela sabe sobre esse namoro recente entre Talles e Alice. Até porque sabemos que Alice te ama assim como amava o Adam.
                – Ok.
                Na outra noite os garotos haviam se encontrado novamente no  Café, estavam todos vestidos como se fossem à algum casamento, mais na verdade esperavam pelo Alex. Todos conversavam ali como nada tivesse acontecendo. Até Barbara estava lá, todos estavam prontos para ver o que havia acontecido com o tão inflamável Alex estava.
                – Boa noite crianças.
                – Alex quanto tempo – Alice disse enquanto afastava-se da ultima mesa.
                – Hey, vocês estão todos... crescidos.
                – Não venha com essa de que estamos crescidos, você só é 3 anos mais velho que nós e entrou no exercito a pouco tempo que eu bem saiba – Pedro sorria enquanto já  cumprimentava.
                – Então por que você não avisou que viria? Nós poderíamos ter organizado uma festa de recepção ou algo do tipo – Jéssica não havia saído do lugar, permanecia de mãos dadas à Lucas.
                – Não queria incomodar e para esclarecer eu vim aqui pois estou querendo morar na cidade, vou trazer minhas coisas e como larguei o exercito vou tocar as ações de meu pai.
                – Então vai morar aqui, de volta ao Porto como diria nossos avôs  – Talles fazia a questão de demonstra o quanto odiava aquela cidadezinha, Porto era uma piada interna da qual todos somente os que estavam ali se recordavam.
                – Sim Talles. Pretendo trazer uma ou duas pessoas pra cá mais ainda não decidi quando. Clarice vejo que você realmente trouxe a todos. A e eu assinei um contrato com a empresa da sua família, o Bernardo e eu somos velhos amigos.
                – Interessante como todos nós temos uma relação fraternal. – Barbara comentou ao cumprimentar Alex.
                – Pois bem eu preparei um memorial para o Adam e espero que todos gostem, vamos todos neste momento para o jardim.
                Eles se movimentaram e com pouco tempo os carros já chegavam ao jardim central da cidade. Aquele dia era um marco pois todos os pais haviam cedido seus motoristas e o carro para o que lhe fossem conveniente ao pequeno grupo. A celebração havia sido um tanto bonita e todos se cumprimentavam agora dizendo coisas nostálgicas sobre o tempo no qual  Adam estava vivo.
                – Ele era um cara tão cheio  de si, tão vivo não é?
                – Lucas tenho que te contar uma coisa.
                – Espera então. Nós precisamos nos afastar de todos.
                – Ok, vem cá então.
                – Pronto acho que aqui já está tudo bem. Bom eu conversei com Clarice hoje e ela ficou surpresa em saber que eu vou começar a trabalhar. Na verdade ela ficou com uma curiosidade imensa em querer saber qual era o motivo da maioria de nós estar agora trabalhando. Parece que ela não sabe nada.
                – Claro mais mesmo assim ela está por trás de alguma coisa, Jéssica me disse que na noite em que Talles e Alice ficaram pela primeira vez foi lá na casa de Clarice. Parece que ela está querendo prender todos em algum tipo de afeição. Estive pensando, ela quer manter o grupo unido por algum motivo.
                – Também conversei com Talles, na verdade eu o ameacei com algumas coisas do passado e descobri que... você estava certo ela realmente não me ama. Talles sabia de tudo, sabia que os dois voltariam pra cidade pois ele estava na França e havia ficado com Clarice durante todo esse tempo. Acalme-se pois parece que Barbara estava junto. Lucas eles sabiam de tudo. Acho que agora vamos apostar no que Bernardo vai fazer e vamos prender Pedro. Vamos trazer ele pro nosso lado, não sei ao certo como mais nós vamos fazer isso.
                – Ok mais eu ando curioso até por que –Lucas se calou, nesse momento ele pediu silencio a John. Parecia que haviam pessoas ali perto onde estavam.
                – É o Alex e ela, o que ela faz ali?

                

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