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Cruamente simples !

"Não há o que se espera, não há o que se pensar, simplesmente se é. O inegável e o cru amor."


                Seu corpo ergueu, envergou-se como um cisne. Ela estava presa em seu inverno. Presa cada vez mais em si mesma. Com os olhos marejados e a alma frágil tentou sorrir, lembrar a si mesma de que o pior já havia passado, mas convencer-se disto era pesado demais, forte demais. Era apenas uma garota que havia perdido seus sonhos em uma esquina qualquer.
                Caminhou até a porta do banheiro e outra vez tentou sorrir. Dessa vez ela se olhou no espelho, estava c completamente sonolenta e pouco a pouco ia se dando conta que vestia a camiseta dele. O cheiro único do garoto estava lá. Com um pouco de dificuldade pegou uma parte da camisa e sentiu-a por entre os dedos, puxou-a até seu nariz e enfim a sentiu, aquele cheiro engraçado, meio suou ou até mesmo fragrâncias baratas.
                A sonolência a deixou e um sorriso bobo agora se fazia em seu rosto. Estava na cozinha, tomava aquele mesmo iogurte de sempre, era uma verdadeira garota num corpo de mulher. Seus pensamentos estavam fixados nele, naquele poder sedutor, com um sorriso tão intimo e acolhedor.
                A porta havia sido aberta, enfim ele estava de volte e nesse momento todo o medo se foi, toda a fragilidade deu lugar ao sentimento sublime de proteção. Era amor, paixão, aquela paz que só ele podia trazer para dentro daquela casa, para dentro do coração daquela garotinha.
                – Bom dia amor! – ele disse enquanto tirava as compras da sacola.
                – Bom dia... – ela ainda estava envergonhada por ter pensado que ele não voltaria.
                – Aposto que pensou que eu não voltaria. Não é?
                – Claro com você tudo é imprevisível, totalmente inseguro – sua face apenas transmitia aquela vergonha boba e insegura.
                – Você sabe, não sou mais aquele garoto.
                – Sim, eu sei.
                – Então por que temer tudo?  – enquanto ele falava aos poucos já a abraçava, passava a mão pelos seus cabelos e continuava a fazê-la tremer.
                – Não sei com você me sinto frágil, vulnerável mais ao mesmo tempo sinto um amor infinito e uma grande entrega.
                – Falando assim você fica parecendo aquela nossa e professora.  – seu sorriso e olhar fez com que a garota simplesmente o abraçasse mais forte.  – Eu não vou sair daqui, não vou lhe deixar nem sumir. Eu sou seu e apenas isso ou tudo isso, o que você quiser.
                – Te amo!
                – Também te amo.
                Saíram de casa, andaram pelas ruas, abraçados e continuamente sorriam como se fosse aquela primeira vez, aquele primeiro momento em que se encontraram, amavam-se mais do que qualquer coisa.
                

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