Monstro


Aos poucos me afasto e você ainda continua aí, me esperando.

Vejo as ruas infestadas de coisas brilhantes, pura ilusão.

Ando nas madrugadas pela calçada

E ainda sim você continua me esperando.

Com os braços abertos e um sorriso no rosto, como se nunca nada tivesse mudado.

Teus olhos sussurram a noite e o meu corpo apenas responde a você.

Afasto-me, mas mesmo assim você continua aí, me esperando.

Teu corpo começa a se mover, eu me afasto

Sua boca se aproxima, eu me afasto

Não sou aquilo que quer nada do que procura

Sou aquele que corre pelas ruas na madrugada

Aquele que finge gostar dos outros, o ser maligno que nem de longe merece teu olhar

Nas noites frias você entra no quarto e diz que me ama que vai sempre estar aqui

Meu corpo treme quando você me olha e eu não digo nada

Aos poucos vou me tornando dependente,

Dependente por algo que não conheço ao certo.

Por um liquido que nunca vi, parece vinho

Mas é teu sangue, tua carne

Você se afasta quando descobre a verdade, se torna amargo

Preso em seu pequeno mundo

E eu continuo a espreitar já não me afasto, já não corro

Agora te caço como se fosse uma presa qualquer,

Pois quando te vejo meu coração acelera,

Tua carne exala um cheiro excitante

Teu medo seduz

Seus gritos são o canto da noite e

Teu desespero, o meu amor.