" Existem coisas que me fazem enlouquecer. A espera de um amor, deste mesmo amor proibido. "
Deixo a
porta aberta e você vem aos poucos, caminhando como se nada houvesse
acontecido. As paredes sujas, com velhas marcas de pinturas e sangue. Seu andar
vai me entorpecendo o que me leva abrir
os olhos, e lá está você encostado na porta e sorrindo, com o peito nu e
descalço. Sua face é totalmente inebriante e teus olhos simplesmente me fazem
sair da linha.
Envergo
meu corpo como um cisne, e lentamente caminho até você, seu olhos me seguem
pouco a pouco e eu percebo que tudo o que quer é me ter. Um sorriso
envergonhado surge em minha face, sabendo do quão capaz estou de fazer uma
loucura. Seus braços me envolvem e o som simplesmente invade nossos ouvidos. Blue
Jeans, não era nada menos do que ela, a mesma musica que nos uniu agora nos
mantinha juntos novamente.
As
investidas aos poucos ameaçam a minha inabalável força de vontade e eu cedo ao
toque. Aquele toque singelo, aquela demonstração de segurança faz com que eu me
entregue. E agora nossos corpos dançam por todo o quarto.
Um,
dois três ... Um, dois três era o que ele dizia,” não perca o compasso não se
entregue totalmente e mantenha sempre a consciência”
– Não
era para isso acontecer dinovo – A vergonha simplesmente se enche de mim e dá
lugar a perversão.
–Não é
uma questão de eu não poder te tocar, a questão é que eu vou sempre voltar
sempre o terei em minhas mãos , o terei em mim.
Rodopios
lentos e beijos na nuca. Não precisávamos de muitas palavras para entender que
estávamos novamente juntos nem mesmo aquelas palavras concretas com desculpas, era esse o mínimo a ser feito depois de tanto
tempo longe.
Seus
lábios circundam o meu rosto e começo a sentir sua respiração um tanto
ofegante.
– Por
que foi embora? – Era meu sentimento de
perversão, o meu segundo eu ou talvez o verdadeiro eu se pronunciando.
– Na
verdade eu nunca saí de perto, essa é a nossa necessidade, é o nosso modo de
manter as coisas. Durante um tempo nós nos afastamos depois voltamos a viver
juntos é o nosso jogo.
Sua mão
vai até meu rosto , seu outro braço
desce aos poucos e me enlaça como um frágil bibêlo :
– É
como um bêbe que dá alguns passos e volta nos braços de sua mãe.
– Não,
eu não sou tão frágil assim, nunca fui.
– Não
estou dizendo isso sobre você e sim de mim.
Seu
corpo acolhe ao meu sobre a cama e nossas caricias avançam, como se o mundo
estivesse por um fio, como se nós fossemos a salvação.
– Estou
sem palavras.
– Por
quê? Nada disso ao menos é real.
E um
tremor consome meu corpo, meus olhos abrem como se estivessem acordando de um sonho, as paredes
do quarto aos poucos param de rodar e eu vejo novamente aquelas marcas de
tinta, de sangue e a porta fechada. Meu corpo se move involuntariamente e vai
até a janela. A cidade continua a todo vapor, os carros se movem em constante
rapidez, as pessoas preocupadas como se estivessem em uma constante prova de
álgebra. É nesse momento que me lembro,
que recobro minha razão. Alguém bate na porta e em seguida uma voz ecoa para
dentro do quarto.
– Seu
próximo cliente chegou. Quer que eu traga uma nova roupa de cama?
Muito interessante. Gostei do tom sensual sendo acometido pelo toque de drama. Apenas uma correção aqui, "Não era para isso acontecer dinovo". Troque dinovo por de novo.
ResponderExcluir