Lá
estava você com aquela camiseta do Mickey, surrada junto ao jeans de sempre.
Andando de um lado para o outro como se o mundo estivesse pronto para desabar e
caminhando como um garotinho de seis anos de idade. Seu sorriso era eminente e
sua seriedade quase zero. Estávamos pela primeira vez realmente juntos.
A casa
parecia não ter mudado, as paredes com aquela cor de pêssego, os moveis escuros
como a escuridão do céu e o chão branco, limpo, frio e espelhado. Meu corpo não
aguentou, ao ver você ali ele desapontou minha própria mente e seguiu por entre
o corredor da sala.
–
Estamos juntos não é?
– Sim –
seu sorriso desta vez aumentou e aos poucos seus braços me envolviam. – Parece
que estive anos sem você, parece que estávamos um século sem nos ver.
–
Estranho, nós nos conhecemos a apenas três semanas. – o cheiro dele era calmo,
mostrava um caminho de perdição, o paraíso ou o fim.
– O
amor não mede tempo garoto.
– Outra
vez me chamando assim. – eu comecei a rir e me afastei um pouco – Sou tão homem
como você, posso lhe proteger da mesma forma. – minha face havia ficado séria,
tensionada e por fim disse. – Não acredito que esteja realmente me amando.
Aquela
camiseta dobrou e ele foi ao chão vagarosamente, recostou seu corpo por entre a
parede e o chão. Fechou os olhos por alguns momentos e simplesmente começou a
dizer:
– Eu
não minto, não preciso dizer coisas alheias para te conquistar. Você é meu e
apenas isso.
O
choque passou por meu corpo e ali mesmo eu deitei em seus braços. Dissemos
coisas sobre o amor sobre o perdão, futuro. Nós amamos ali, sentimos pele por
pele, rosto por rosto.
Ele ama
como um Deus e finge como um verdadeiro homem. Todos os homens o querem, a vida
o quer. Todos precisam de Dean. Todos querem um James Dean. E o mundo, este é
feito por algumas poucas ilusões.
Pensamento
pessoal: As cenas cortam, o mundo abre e o casal, este ainda é o casal que
todos precisam.