Com um
salto alto e uma roupa no estilo anos trinta a garota desfila por entre as
mesas do bar. Cantando baixinho algumas das musicas que ela mesma escreveu,
servindo drinques e drinques para os beberrões da madrugada.
Olhos
cansados e sorriso sem graça, perdida em seus sonhos e com a esperança morta.
Ainda era aquela garota do qual o pai podia se orgulhar, talvez lá dentro no
fundo de si ela ainda seja a garotinha sorridente que corria no jardim de casa
para os braços de seu pai.
Lembranças
vazias a consumia, infância, adolescência e seu único amor. Estas coisas a
sondavam de forma árdua por mais que ela tentasse esquecer. Seu corpo continuava se movendo e o seu
sorriso amargo era exibido de forma automática.
Com
seus amigos do bar ela era conhecida como garota do corpo elétrico, sem
vontade, sem vida. Ainda no inicio da madrugada ela subia ao palco, cantando
grandes nomes do soul e blues, sendo a garota que um pouco lembrava as expectativas
de seu pai.
– Você
será uma estrela, com tua voz doce e seu jeito meigo.
Ela
sempre lembrou de suas palavras, quando estava no palco por maiz que fosse
cansativo ela cantava para o pai, por mais que fosse doloroso ela lembrava a
imagem do pai. Mas sua mente pede, ela a incita cantar. Erguendo-se perante o
palco e citando as grandes canções, cantando suavemente como uma diva. A morta
diva, a garota do bar, a garota do corpo elétrico.
“Elvis é o meu pai, Marilyn é a minha mãe,
Jesus é o meu melhor amigo.
Eu não preciso de ninguém, porque nós temos um ao outro,
Ou pelo menos eu fingir.
Descemos toda sexta à noite,
Dancin 'e grindin' ao luar.
Grande toda a oração, sentindo bem,
Ela reza o rosário para minha mente quebrada.
Refrão:
Eu canto o corpo elétrico
Eu canto o corpo elétrico, baby.
Eu canto o corpo elétrico
Cante o corpo elétrico
Canto o corpo elétrico.
Eu estou no fogo, baby, eu estou em chamas.” Lana Del Rey – Body Eletric