crianças crescerem e jovens morrer.
Ainda observo os pássaros voar, mas não tenho visão pura,
aquela antiga visão que me fazia perceber os prédios.
Os prédios dos quais sempre amei e ainda sim aquelas secas e
poeirentas esquinas
vivi por tanto tempo ali que quase me tornei invisível
uma entidade que se torna o próprio tempo
é forte tão forte que a poeira dos prédios ao chão
dançavam por entre os meus dedos.
Não existia um ele ou aquela
a moça para quem me
entregara, agora já estava morta.
Minha mãezinha sorridente agora jaz sob os 7 palmos de terra
e eu aqui perambulando sob as antigas esquinas que me
criaram.
Imortalidade: sina e maldição
Vi guerras, batalhas ganhas e perdidas
mesmo assim não fui embora,
não conheci o mundo ou fui totalmente livre.
Claro! Não podia me deixar permitir estar longe dos prédios
falidos
tão falidos quanto o meu próprio eu
que ao decorrer do tempo se perdeu.
Poderia ter vivido mais de 90 vidas,
me deitado com tantas quiser
Amar, viver e rezar!
No fundo queria um vinho.
No fundo queria a madeira molhada do dia de chuva.
No fundo não queria nada a não ser minha mãe e minha
vozinha.
Descalço, sujo pelo tempo:
Sem vinho
sem amor
sem ela,
Sem elas .
Tempo, tempo, tempo
Imortalidade: Uma sina, maldição.
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