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Cinza!

 Nossos corpos se moviam pela pista de dança e a música insistia em não parar, nossos pés insistiam em dançar. As luzes tremiam e realçavam as grandes cores. Azul, verde, branco, amarelo e até mesmo o branco. Nós pintávamos o lugar com as tintas e com as energias de nossas almas.
- Somos estrelas caindo na corrida dos céus - ele dizia sem fazer esforço e apenas balançava o corpo de um lado para o outro.
- Bruno?
- Quê? - Seu corpo rebolava até o chão e o misto de sensualidade com agressividade se aconhcegava ao local.
- A noite não acaba baby.
Segurei a mão dele e quando nossos olhos se abriram estávamos no meio da pista. O sinal tocou e os outros começaram a tirar as camisas. As vozes cantavam Madonna e os corpos ditavam a vida do lugar. Todos os rapazes se beijavam mas eu, eu apenas dançava com o Bruno. “ O mundo precisa disso”.
- Tá calado Pedro, o que foi?
- Não, nada…
As tequilas começaram a rodar, as mangueiras de gelo começaram a jorrar. IA chuva gelada que agora caia controlava o fogo das nossas almas. No entanto os meninos-moços dançando no balcão e as suas pequenas sungas voltavam a nos esquentar.
Eu rodeava o corpo de Bruno mas minha boca nem olhos se limitavam a olhá-lo. Agora queria fechá-los e com as mãos naquela cintura sentir o quanto o roxo e o verde dessa alma se chocava e vibrava com o azul e amarelo de minha alma.
Estávamos no ápice, ele está de costas e abraçado comigo no entanto é o seu cheiro que me instigava, cheiro de homem.
As horas se passavam e a noite não parecia acabar, não estava lento apenas parecia se infestar cada vez mais.
- Vou ao banheiro!
- Vou com você!
A casa já estava quente demais e eu por fim queria ser ligeiro. Ela esperava por mim.
O Banheiro estava confuso. Rapazes se beijavam por todas as paredes, os mictórios estavam cheio e os rapazes se ajudavam, davam uma “mãozinha” mas agora eu não precisava. O corpo do Bruno em minhas mãos já era o suficiente.
Ela me esperava.
A cabine se fechou, joguei suas roupas ao chão e logo o sentira. As cores vibravam outra vez, as vozes voltaram a se calar e mesmo no escuro eu sentia o tremor das luzes.
- Bruno…
- P… P… Pedro.
As luzes desligaram, as cores se excluíram e o cinza voltara a tona. Roupas subiam e um beijo nos desfez.
Are a porta da cabine!
Fecha porta da cabine.
Pedro… Bruno…
Agora me afasto e chego a porta da frente. “ Já é tarde, ela deve estar me esperando!.”
- Te vejo ainda?
- Claro! Amanhã é quinta e quinta é dia de G.A.N.D.A.I.A!
O taxi parecia fazer hora para chegar em casa. Abri a porta. Tirei os sapatos. Bebi uma água. Fui para o quarto. Deitei.
- Angela, como estão as crianças?
- Bem. Como foi a reunião e o jantar?
- Tranquilo!

Abracei-a, fechei os olhos e fiquei cinza.

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